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Trilhas (Breadcrumbs) estão Mortas no Design Web

Chegou a hora de encarar a verdade: os breadcrumbs estão mortos.

Antes que alguém me acuse de ignorar mais de 20 anos de estudos sobre usabilidade e as melhores práticas do design web, vamos analisar mais a fundo por que a tão amada trilha – um recurso que foi essencial na navegação dos sites – já não tem o mesmo valor de antes. Se você é um designer experiente, estrategista de UX ou desenvolvedor, provavelmente já percebeu essa tendência, mas muitos ainda se apegam aos breadcrumbs como a “melhor” maneira de guiar o usuário. Aviso de spoiler: não é bem assim.

É hora de mergulhar na evolução do design, na transformação do cenário de UX e encarar a inegável realidade de que o que foi um sistema heróico de navegação por breadcrumbs se tornou uma relíquia. O ambiente digital mudou e nossas estratégias também precisam mudar.

O Cenário Mutante da Navegação

A Web Não é Mais Linear

Os breadcrumbs surgiram numa época em que os websites seguiam estruturas rígidas e hierárquicas. Pense nos anos 2000, quando a web se resumia a conteúdos em árvore com vários níveis e os breadcrumbs eram uma tábua de salvação para os usuários que precisavam acompanhar sua jornada. Se você trabalhava em um grande site corporativo, loja virtual ou repositório de informações, os breadcrumbs faziam sentido, pois indicavam visualmente onde os usuários estavam dentro da arquitetura do site, facilitando a volta.

No entanto, a internet mudou drasticamente desde então. Os websites modernos são construídos em torno de experiências dinâmicas e não lineares, o que torna as trilhas rígidas dos breadcrumbs menos relevantes. Com o surgimento das aplicações de página única (SPAs), dos progressive web apps (PWAs) e outros sites interativos e complexos – onde a navegação depende do contexto – os modelos de design hierárquico perderam seu valor. Esses sistemas se baseiam na interação e personalização do usuário, o que faz com que a solução dos breadcrumbs não cumpra o mesmo papel de antes.

O futuro da web é contextual e fluido. A navegação deve se adaptar em tempo real às necessidades do usuário, em vez de seguir uma trilha estática que apenas aponta por onde ele já passou. A ausência de uma estrutura de páginas rígida nas aplicações modernas faz com que os breadcrumbs deixem de ser uma solução eficaz, tornando-se apenas um recurso antiquado que não funciona mais.

A Jornada do Usuário: Preditiva, não Retrospectiva

Outro problema dos breadcrumbs é que eles são fundamentalmente retrospectivos. Eles se concentram no caminho já percorrido pelo usuário, em vez de indicar para onde ele deve ir. Esse modelo ultrapassado vai contra o conceito moderno de jornada do usuário, que cada vez mais se baseia na antecipação e em uma navegação contextual.

Basta observar como funcionam apps como Spotify, Netflix e Amazon. Essas plataformas não esperam que os usuários sigam um caminho pré-determinado. Elas adivinham o que pode interessar ao usuário a seguir, com base em suas preferências, interações anteriores e, principalmente, na relevância contextual. Em contrapartida, os breadcrumbs permanecem estáticos na página, servindo apenas para mostrar onde o usuário já esteve, sem indicar um próximo destino.

A navegação avançada passa por aproveitar algoritmos preditivos e modelos de personalização para criar experiências fluidas. A navegação impulsionada por IA, que ajusta a jornada a cada usuário, está rapidamente se tornando uma forma muito mais eficaz de direcionar o conteúdo necessário – sem precisar de uma trilha de breadcrumbs ultrapassada para “segurar” a mão do usuário.

Considerações de Desempenho e Design Mobile-First

No contexto do design mobile-first e da busca incessante por otimização de performance, os breadcrumbs parecem redundantes e até contraproducentes. Observamos uma mudança drástica rumo a interfaces mínimas e intuitivas que eliminam elementos supérfluos – especialmente aqueles que ocupam um espaço valioso na tela.

No design para dispositivos móveis, cada pixel conta. Pense em quantas vezes você já acessou um site pelo celular apenas para se deparar com breadcrumbs minúsculos e posicionados de forma desconexa. Eles ocupam espaço, aumentam o tempo de carregamento e raramente oferecem uma utilidade imediata. Os usuários tendem a interagir mais com navegações fixas, filtros na página ou sugestões de conteúdo dinâmico do que com breadcrumbs.

Além disso, estamos nos afastando da mentalidade “cliques para acessar o conteúdo” e caminhando para uma navegação zero cliques ou scroll infinito, onde o usuário tem acesso contínuo a um fluxo de conteúdo relevante. Isso é especialmente verdadeiro para aplicativos móveis, que priorizam a minimização do atrito e a maximização da rapidez e simplicidade.

Os breadcrumbs funcionavam bem numa época em que os usuários precisavam explorar manualmente hierarquias, mas na era dos menus inteligentes, toques e interfaces móveis, eles parecem pertencer a um passado de navegação excessivamente clicável e centrada no desktop.

Expectativas dos Usuários: A Busca por Gratificação Instantânea

Vamos falar sobre psicologia do usuário. Na era dos smartphones e do acesso instantâneo, os usuários esperam resultados imediatos com o mínimo de atrito possível. A ideia de depender de uma trilha de breadcrumbs para voltar a um ponto anterior do site se torna cada vez mais obsoleta. As pessoas não estão interessadas em refazer o caminho – elas querem chegar do ponto A ao ponto B o mais rápido possível. Essa expectativa é moldada por serviços como Google, Amazon e YouTube, onde as buscas e recomendações são otimizadas para rapidez e relevância.

O sistema tradicional de breadcrumbs pressupõe que os usuários valorizem a estrutura hierárquica do site. Mas, na realidade, eles só se importam em encontrar o conteúdo que precisam. Por exemplo, ao fazer compras em um site de e-commerce, dificilmente é necessário ser lembrado de onde se está na árvore de categorias a cada poucos segundos. O que importa é ter acesso rápido a filtros, recomendações ou a uma barra de busca intuitiva que direcione diretamente ao produto desejado.

Esse cenário evidencia a importância do paradigma search-first. Pesquisas mostram que a maioria dos usuários inicia sua jornada digitando diretamente na barra de busca. Mesmo em sites ricos em conteúdo, como plataformas de notícias ou blogs, a busca e a navegação interna superaram a navegação hierárquica tradicional. Os usuários não precisam saber por onde já passaram, mas sim encontrar facilmente o destino que procuram. Funcionalidades como busca instantânea e navegação contextual se mostram muito mais eficientes do que os breadcrumbs jamais foram.

O Fim dos Breadcrumbs: Rumo a Soluções de Design Adaptativo

Se os breadcrumbs já não fazem parte da equação, no que devemos focar para criar sistemas de navegação mais eficientes?

Navegação Contextual e Dinâmica

Em uma era onde a jornada do usuário é menos previsível, a navegação precisa ser muito mais contextual. Sites e aplicativos devem se adaptar às necessidades dos usuários em tempo real. Por exemplo, à medida que o usuário interage com a página, os conteúdos e as opções de navegação devem mudar dinamicamente, levando em conta suas preferências, localização ou padrões de comportamento. Uma navegação inteligente e adaptativa é essencial.

Interfaces Centradas na Busca

Com a busca se tornando a principal ferramenta de navegação, investir em uma interface inteligente search-first é fundamental. Recursos avançados, como busca preditiva e busca semântica, permitem que os usuários contornem hierarquias rígidas, digitando o que desejam e encontrando rapidamente o que precisam.

Sistemas de Navegação Potencializados por IA

A inteligência artificial tem um papel cada vez maior na navegação. Desde recomendações personalizadas até a curadoria de conteúdo, a IA pode antecipar os próximos passos do usuário. Por exemplo, um sistema de IA pode identificar interações anteriores e apresentar automaticamente conteúdos relacionados, poupando o usuário de percorrer várias camadas de navegação.

Design Minimalista com Navegação Intuitiva

O futuro da navegação na web é simples. Ficaram para trás os dias de menus complexos e trilhas de breadcrumbs. Hoje, o minimalismo e a simplicidade são essenciais. Barras de navegação fixas, menus inteligentes, filtros e navegações contextuais na própria página oferecem caminhos intuitivos e eficientes para o usuário.

Conclusão: Hora de Enterrar os Breadcrumbs

Os breadcrumbs foram, em um tempo, uma solução útil, mas já não são relevantes num mundo que demanda simplicidade, velocidade e contexto. O cenário digital evoluiu e, com ele, nossas abordagens de experiência do usuário e navegação também precisam evoluir. Ao avançarmos para uma era de experiências web personalizadas e inteligentes, é hora de abandonar práticas ultrapassadas e focar em soluções dinâmicas, intuitivas e orientadas pelo contexto.

O design web, assim como a própria internet, precisa continuar evoluindo. Chegou o momento de deixar os breadcrumbs para trás e abraçar o futuro da navegação adaptativa e centrada no usuário.

Sobre o Autor

Noah Davis é um estrategista de UX renomado, com uma habilidade especial para unir design inovador e estratégia de negócios. Com mais de uma década de experiência, ele se destaca na criação de soluções centradas no usuário que impulsionam o engajamento e geram resultados mensuráveis.

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Foto de André Lug

André Lug

Apaixonado por design e desenvolvimento de websites. De vez em quando gosta de escrever sobre produtividade, como é ser um freelancer e algumas reflexões da vida.

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